Pegadinhas de concurso: evite 11 erros de português
A avaliação de língua portuguesa é presença garantida em todas as provas de concurso. Para muitos, o português pode ser uma pedra no sapato. Isso porque a língua do famoso “marinheiro caolho” (que não é Popeye, mas o poeta Camões) é cheia de regrinhas que muitas pessoas não conseguem entender.
Se você é daqueles que têm dificuldades com português e, por causa disso, está perdendo oportunidades de ingressar em uma carreira pública, leia o post e veja 11 pegadinhas de concurso em língua portuguesa!
Regência verbal e nominal
No caso das palavras variáveis, os nomes, deve haver ajustes em relação ao gênero (masculino/feminino) e ao número (singular/plural). No caso de verbos, é preciso considerar o número, os pronomes e os complementos. Veja alguns exemplos com a palavra principal em destaque:
- Segue anexa (
anexo) a foto. - É proibida (
proibido) a entrada. - Amo-te (
lhe), Matilde! [verbo transitivo direto]. - Assisti ao (
o) filme. [verbo transitivo indireto]. - Meio dia e meia (
meio). [a palavra que rege está oculta: hora, gênero feminino].
Por que, porque, porquê, por que
O uso dos porquês é uma das principais causas de erros dos concurseiros. Primeiramente, responda à pergunta:
- Por que, ao escrever a palavra acima (em negrito), usamos a forma “porquê”?
Porque, nesse caso, trata-se de um substantivo. Toda vez que a palavra aparecer precedida de artigo (ou se ele estiver subtendido), ela será substantivo e deverá ser escrita assim: porquê. Exemplo:
- Qual o porquê dessa festa?
Considerando a pergunta feita e a resposta dada, vemos mais 2 casos: por que e porque. “Por que” é um advérbio usado no começo de frases interrogativas ou no meio delas, desde que possa ser substituído por “pelo qual”, “para que” e seus derivados ou a palavra “razão” possa ser acrescentada logo depois. Exemplos:
1. Por que você vai fazer essa festa?
2. O motivo por que (pelo qual) você fará essa festa é desconhecido.
3. Não sei por que (razão) você fará essa festa.
Já porque é uma conjunção usada em explicações e respostas. Exemplo:
- Vou fazer essa festa porque desejo comemorar minha aprovação no concurso.
Finalmente, temos por quê, que deve ser usado no final das frases interrogativas. Exemplo:
- Você vai fazer essa festa por quê?
Mas e mais
Mas deve ser considerado como conjunção adversativa, usada para passar ideia de oposição e podendo ser substituída por “porém”, “contudo”, “todavia”. Mais é advérbio de intensidade ou conjunção aditiva, indicando gradação crescente, quantidades e acréscimos (opõe-se a “menos”). Exemplos:
1. Gostaria de passar no concurso, mas (porém, contudo) o português me atrapalha.
2. Aquele concurso é o mais disputado do estado.
3. Ele estuda cada vez mais para o concurso.
Menos e menas
Menos é um advérbio de intensidade e, assim, é usado em comparações, gradações, quantidades e subtrações (opõe-se a mais). É uma palavra invariável, usada tanto para o gênero masculino como para o feminino. Já “menas” é uma palavra que não existe na gramática. Portanto, jamais use-a! Exemplos:
- Essa prova foi menos difícil do que a do outro concurso.
- Três menos um são dois.
- Ele não é mais bonito, é menos feio.
Meio e meia
Lembre-se de que meio pode ser advérbio e numeral. Como advérbio, ele é invariável, mas como numeral, acompanha o gênero (masculino ou feminino). Exemplos:
Advérbio:
- Ele está meio triste.
Numeral:
- Bebi meio copo de leite.
- Bebi meia xícara de leite.
Onde e aonde
Onde indica permanência, aonde indica deslocamento. É possível substituir aonde por a que lugar/para que lugar. Outra dica é que se usa aonde, em regra, diante dos verbos ir e chegar. Já onde pode ser substituído por em que lugar. Exemplos:
- Onde (em que lugar) serão as provas do concurso?
- Onde você trabalha?
- Aonde (a que lugar) eles chegaram depois da caminhada?
- Aonde eles foram?
Mal e mau
Mal é advérbio, contrário de bem. Mau é adjetivo, contrário de bom. Para usar corretamente, basta substituir as palavras por seus antônimos e ver qual se encaixa melhor. Exemplos:
- O mau (bom) tempo durou o dia todo.
- Ele é mal (bem) comportado.
- O mal (bem) está em toda parte
Observe que, nesse último caso, mal é substantivo, mas pode ser substituído por bem. Maununca será substantivo.
Para eu e para mim
Use sempre para eu antes de verbos no infinitivo, sendo o pronome “eu” o sujeito da ação. Use para mim como complemento preposicionado depois dos verbos, geralmente ao final das frases. Exemplos:
- Traga o material para eu ver se está tudo certo.
- Ele entregou as roupas para mim.
- Traga-o para mim.
Se não e senão
Aí vai uma dica para não cair nessa pegadinha: sempre que puder encaixar um pronome do caso reto entre o se e o não, use se não (verifique se você pode substituir a expressão por caso não). Senão, conjunção adversativa, pode ser substituída por caso contrário, de outro modo (sua finalidade é unir duas frases, estabelecendo condições/oposições). Exemplos:
- Se não passar (caso não passe), a chuva vai acabar com tudo.
- É melhor eu ir hoje, senão (caso contrário) perderei o emprego.
- Se (ele, você) não vier, estará demitido.
Crase
A crase só pode ser usada diante de palavras femininas. Uma forma de descobrir se a palavra feminina exige a preposição a é colocando-a no masculino e verificando se é necessário usar ao. Exemplos:
- Vamos à cidade.
- Falei à sua mãe/Falei a sua mãe (uso facultativo diante de pronomes possessivos).
- Respondi à pergunta (se substituirmos a palavra pergunta por um equivalente do gênero masculino, é preciso usar ao: Respondi ao questionamento).
- Ancoramos o barco e fomos a terra (uso proibido quando terra estiver em oposição a mar, sentido de terra firme).
- Fui até à rua/Fui até a rua (depois de “até”, o uso é facultativo).
- Pedi desculpas à Raquel/Pedi desculpas a Raquel (uso facultativo antes de nomes próprios).
- Ele usava bigode à Carlitos (usa-se crase porque está subentendida a palavra feminina moda: Ele usava bigode à moda Carlitos).
- Cheguei a casa muito tarde (quando casa refere-se ao próprio lar, não se usa crase, mas se vier uma palavra que modifique ou amplie o sentido de casa, então a crase é obrigatória: Cheguei à casa de meus pais muito tarde).
Sujeito e predicado
Dica final: cuidado para não separar com vírgulas ou outros sinais o sujeito do predicado. Eles se amam tanto que separá-los é considerado crime pela juíza Gramática. Fique de olho nas frases invertidas:
- Os fenícios chegaram ao Brasil após cruzarem os 7 mares.
- Após cruzarem os 7 mares, chegaram ao Brasil os fenícios.
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